Registo: May 12, 2003 Mensagens: 2732 Local/Origem: Parede
Colocada: Dom, 12 Out 2008 - 0:36 Assunto: Analogia á crise economica Americana!!
Recebi este texto por email, acho que é uma analgia interessante
P.S. O Placebo se calhar não vai achar piada nenhuma
Divirtam-se ou... APRENDAM ! ! !
Para quem não entendeu ou não sabe bem o que é ou gerou a crise americana, segue breve relato económico para leigo entender... rsrsrsrs.
É assim:
O Ti Jaquim tem uma tasca, na Vila Carrapato, e decide que vai vender copos 'fiados'aos seus leais fregueses, todos bêbados, quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito, ele pode aumentar um pouquinho o preço da dose do tintol e da branquinha (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do Ti Jaquim, um ousado administrador formado em curso muito reconhecido, decide que o livrinho das dívidas da tasca constitui, afinal, um activo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao
estabelecimento, tendo o 'fiado' dos pinguços como garantia.
Uns seis zécutivos de bancos (que recebem chorudíssimos ordenados como prémio pelas decisões milagreiras que saiem daquelas cabacinhas, sim cabacinhas), mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco, e os transformam em CDB, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrónimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem a operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (os tais livrinhos das dívidas do Ti Jaquim).
Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os bêbados da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas, e a tasca do Ti Jaquim vai à falência.
Eu percebi a história á primeira (ainda na vesão do "sub-prime" quando foi inicialmente detectada), mas admito que esta abordagem é bem mais divertida... e o meu avô vai perceber de certeza!
Registo: Jun 16, 2008 Mensagens: 386 Local/Origem: Guimarães / Caminha
Colocada: Dom, 12 Out 2008 - 22:45 Assunto:
Faltou inventar um personagem para representar o banco de portugal (ou o FED no caso) sim, porque o problema não está só em quem tenta fazer mal, mas também em quem os deixa fazer mal!!! _________________ rage against this mean machine!
Registo: Feb 14, 2007 Mensagens: 904 Local/Origem: Porto Portugal
Colocada: Ter, 14 Out 2008 - 2:24 Assunto:
Ou então..
A CRISE DA ECONOMIA AMERICANA
Paul comprou um apartamento, no começo dos anos 90, por 300.000 dólares financiado em 30 anos. Em 2006 o apartamento do Paul passou a valer 1,1 milhão de dólares. Logo o banco perguntou para o Paul se ele não queria um empréstimo, algo como 800.000 dólares, dando seu apartamento como garantia. Ele aceitou o empréstimo, fez uma nova hipoteca e pegou os 800.000 dólares.
Com os 800.000 dólares. Paul, vendo que imóveis não paravam de valorizar, comprou 3 casas em construção dando como entrada algo como 400.000 dólares. A diferença, 400.000 dólares que Paul recebeu do banco, ele comprou: carro novo (alemão) para ele, deu um carro (japonês) para cada filho e com o resto do dinheiro comprou tv de plasma de 63 polegadas. Tudo financiado, tudo a crédito. A esposa do Paul, sentindo-se rica, gastou mais do cartão de crédito.
Em Agosto de 2007 começaram a correr boatos que os preços dos imóveis estavam caindo. As casas do Paul estavam em construção e caíram vertiginosamente de preço, não tendo mais liquidez...
O negócio era refinanciar a própria casa, usar o dinheiro para comprar outras casas e revender com lucro. Só que muitos tiveram a mesma ideia. As taxas que o Paul pagava começaram a subir e o Paul percebeu que seu investimento em imóveis se transformara num desastre.
Paul foi aguentando as prestações da sua casa refinanciada, mais as das 3 casas que ele comprou, como milhões de compatriotas, para revender, mais as prestações dos carros, da tv de plasma e do cartão de crédito.
Aí as casas que o Paul comprou para revender ficaram prontas e ele tinha que pagar uma grande parcela. Só que neste momento Paul achava que já teria vendido as 3 casas mas, ou não havia compradores ou os que havia só pagariam um preço muito menor que o Paul havia pago. Começou a não pagar aos bancos as hipotecas da casa. Os bancos ficaram sem receber de milhões de especuladores iguais a Paul.
Paul optou pela sobrevivência da família e tentou renegociar com os bancos que não quiseram acordo. Paul entregou aos bancos as 3 casas que comprou como investimento perdendo tudo o que tinha investido. Ele e sua família pararam de consumir...
Milhões de Pauls deixaram de pagar aos bancos os empréstimos que haviam feito baseado nos preços dos imóveis. Os bancos haviam transformado os empréstimos de milhões de Pauls em títulos negociáveis. Esses títulos passaram a ser negociados com valor de face. Esses títulos começaram a valer pó.
Bilhões e bilhões em títulos estavam disseminados por todo o mercado, principalmente nos bancos americanos, mas também em bancos europeus e asiáticos.
Os imóveis eram as garantias dos empréstimos, mas esses empréstimos foram feitos baseados num preço de mercado desse imóvel... Um empréstimo foi feito baseado num imóvel avaliado em 500.000 dólares e de repente passou a valer 300.000 dólares e mesmo pelos 300.000 não havia compradores.
Os preços dos imóveis eram uma bolha, um ciclo que não se sustentava, como os esquemas de pirâmide, especulação pura. A crise atingiu fortemente os bancos americanos que perderam centenas de bilhões de dólares. A farra do crédito fácil acabou.
Os bancos pararam de emprestar por medo de não receber. Os Pauls pararam de consumir porque não tinham crédito. Mesmo quem não devia dinheiro não conseguia crédito nos bancos e quem tinha crédito não queria dinheiro emprestado.
O medo de perder o emprego fez a economia travar. Recessão é sentimento, é medo. Mesmo quem pode, pára de consumir.
O FED começou a trabalhar de forma árdua, reduzindo fortemente as taxas de juros e as taxas de empréstimo interbancários. O FED também começou a injectar bilhões de dólares no mercado, provendo liquidez. O governo Bush lançou um plano de ajuda à economia sob forma de devolução de parte do imposto de renda pago, visando incrementar o consumo porém essas acções levam meses para surtir efeitos práticos. As acções foram correctas e, até agora não é possível afirmar que os EUA estão tecnicamente em recessão.
O FED trabalhava. O mercado ficava atento e as famílias esperançosas. Até que na semana passada o impensável aconteceu. O pior pesadelo para uma economia aconteceu: a crise bancária, correria para levantar as economias, boato, pânico. Um dos grandes bancos da América, o Bear Stearns, amanheceu, na segunda-feira insolvente.
No domingo o FED, de forma inédita, fez um empréstimo ao Bear, apoiado pelo JP Morgan Chase. Depois disso o Bear foi vendido para o JP Morgan por 2 dólares por acção. Há um ano elas valiam 160 dólares. Durante esta semana dezenas de boatos voltaram a acontecer sobre quebra de bancos. Desta vez seria o Lehman Brothers, um bancão. O mercado e as pessoas seguem sem saber o que nos espera... Só o tempo o dirá.
Dia 15 de Setembro/2008, o Lehman Brothers pediu falencia, desempregando mais de 26 mil pessoas e provocando uma queda de mais de 500 pontos no Indice Dow Jones, que mede o valor ponderado das acções das 30 maiores empresas negociadas na Bolsa de Valores de New York - a maior queda num único dia, desde a quebra de 1929... _________________ ALOHA
Neste fórum, você Não pode colocar mensagens novas Não pode responder a mensagens Não pode editar as suas mensagens Não pode remover as suas mensagens Você Não pode votar neste fórum